São 3 anos, convivendo com a mesma turma, tendo que conviver muitas vezes com os mesmo professores, rever as mesmas coisas, quebrar a cabeça diante de alguns cálculos de física que parecem que não tem solução, se surpreender com a própria existência durante uma aula de filosofia, discutir a sociedade numa aula de sociologia em uma turma que cada um tem uma opinião diferente sobre o sistema, repetir mil frases pra saber se uma paroxítona tem ou não acento na nova ortografia, odiar historias por ter que estudar todos os anos a Guerra Fria, adorar química por ir ao laboratório fazer álcool gel, gostar de biologia por tratar de temas tão incríveis como tudo que a gente aprende de novo no inglês. E claro, ficar puto da vida por esquecer a tabuada do 8 numa prova de matemática.
Acontece que esses 3 anos podem ser futuramente os melhores 3 anos da sua vida. Porque você conhece pessoas incríveis, que provavelmente vão estar com você por muito mais tempo. E depois, quando esses 3 anos chegam na reta final, você para e pensa o que vai ser dali pra frente. Cada um vai para um lado. Outros vão pra faculdade, outros não. Uns vão continuar conversando, outros vão embora, e a saudade da bagunça em uma aula de educação artística sempre fica. A saudade do recreio pintando bandeira com o nome do time de formandos do terceiro ano, e aqueles gritos de guerra retardados depois de um ponto no vôlei na aula de educação física.
São momentos vividos nesses 3 anos, que do nada passam na sua cabeça e você ri. E você sabe também, que se olhar pro lado ou para trás, e contar pra pessoa que está ali, ela vai saber também porque ela estava lá quando isso aconteceu. E vocês vão rir juntas. E quando isso acontecer, aproveite esse momento. Porque são só 3 anos, e esses 3 anos, não voltam mais.